Nicholas estava com a cabeça debruçada sobre os braços, oscilando entre diversos universos paralelos, e não reparou quando alguém veio cutucar seu ombro. Depois de um empurrão, no entanto, ele despertou, mal-humorado.
Um senhor estava de pé, parado, como se aguardasse.
- Sr. Glendoning, olhe para você – disse o homem, em reprovação.
Nicholas olhou; estava com a velha jaqueta, sapatos limpos e nenhum sinal de vômito na camiseta.
- Quis dizer, veja a situação vergonhosa em que se coloca – o estranho acrescentou, e puxou Nicholas, na intenção de levantá-lo.
Nicholas não tinha forças para protestar.
- Quem diabos é você? – perguntou. O homem que o abordara de forma tão inconveniente parecia, por qualquer razão, não fazer parte do cenário.
- Meu nome é Alphonsine Wilcox. Suponho que você possa saber. Não vai interferir no futuro.
Nicholas franziu o cenho e depois riu alto, pateticamente.
- O quê? Como assim?
Mas a menção do futuro fez com que sentisse um arrepio na espinha, e, depois, náusea. Ele agarrou o braço de Wilcox, quase cambaleando.
- Escute. Senhor. Preciso ir para casa.
- Certamente, Nick.
Wilcox o ajudou a deixar o pub. Enquanto caminhavam pelas ruas, a cabeça de Nicholas começou a doer. Ele olhava para o lado, de vez em quando, encarando o professor com a mais profunda estranheza, e, de repente, por razão nenhuma, parecia perdido, desligado do mundo.
- Agora, onde você vive, senhor Glendoning?
Nicholas ergueu o braço, apontando para uma esquina, mas então viu uma silhueta familiar. Stella vinha pela calçada, tremendo de frio; ao reconhecê-lo, arregalou os olhos.
- Nicholas – ela disse, e olhou para Wilcox. – Estava preocupada. Onde você... o que está havendo?
- Nada – Nicholas murmurou, não sem rancor. – Estava indo para casa, você vê. Este bom senhor me ofereceu ajuda, já que, ao que parece, eu mal consigo ficar de pé.
Wilcox começou a suar frio. Não era bem o que havia planejado.
Wednesday, November 29, 2006
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