Era uma figura estranha, parada no corredor da sala de espera, com seu cabelo com cachinhos (claramente tingidos, porque as sobrancelhas não combinavam com o tom castanho-claro da cabeça) e seus olhos cor de mel. A iluminação da manhã contra o rosto dela mostrava que era uma mulher bem-cuidada, mas que já tinha passado por poucas e boas.
Moira se levantou quando ouviu chamarem seu nome. Estava com as cartas no colo, vendo uma foto que estava anexada em um dos envelopes – dois homens posando na frente de um pub, no começo dos anos 1970. Um deles era Edward, com certeza. O outro, Moira não conhecia: um homem magrelo de olheiras escuras e cabelo desbotado.
- Você é a Moira, não é? Claro que é, você é a cara da sua mãe! Eu vim assim que o Bruce me disse... Pobre Edward! Ele está melhor?
- Meu avô está na mesma, nem pior nem melhor... Desculpe, senhora, eu acho que eu não a conheço...
- Você não iria se lembrar de mim. A última vez que eu lhe vi, você estava no colo da sua mãe em uma festa. Eu conheço o seu avô há muito tempo. Meu nome é Honoria Brown.
Moira estendeu a mão, ainda com uma expressão confusa no rosto.
- Prazer, senhora Brown...
- Pode me chamar só de Honoria, meu bem. Então, como eu lhe dizia, eu vim assim que o Bruce me disse o que houve...
- Bruce? – Moira franziu a testa – Desculpe, eu estou ainda mais confusa.
- Bruce, meu filho. Certamente ele lhe disse...?
Moira olhou para o chão, sentindo o mundo girar um pouco mais depressa. Ou Bruce era muito parecido com o pai ou então era adotado – porque entre Honoria e ele não existia nada em comum.
Monday, November 13, 2006
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