Bruce sentia as mãos arderem e o crânio latejar, dolorido. O professor Wilcox se aproximou, perfeitamente recomposto. Não tocou no assistente, ou fez menção de ajudá-lo. Agia como se houvesse acabado de encontrar um animalzinho atropelado.
- Alô, Bruce. Tudo bem aí em baixo?
- Me refazendo aos poucos – Bruce murmurou, a sensibilidade voltando devagar ao resto do corpo; quando achou que este já lhe pertencia mais uma vez, ergueu-se, massageando a testa. – Onde estamos?
- Em 1974 – Wilcox informou, seguindo com um longo assobio. – Cambridge, um dos meus lugares preferidos.
Bruce deu um riso contido. Caminhou até Moira, embora suas pernas ainda teimassem em não responder.
- Você está... – ele começou, encarando a garota. – Apesar de ter enfrentado uma... seja lá o que foi... está bem?
Moira pareceu achá-lo engraçado.
- Estou. Você é que não parece muito bem.
Bruce assentiu.
- Vai passar.
Ele se virou; um pé tropeçou no outro e seguiu-se uma queda inaudível, apenas curiosa. Bruce tornou a se levantar no mesmo instante.
- Estou bem. Estou bem.
- Estão prontos para um tour, assistentes?
Wilcox tomou um dos braços de Moira, como um cavalheiro.
- Não estamos em 1974 – Bruce afirmou, convicto.
- Ah, estamos sim, Bruce. Totalmente.
Thursday, August 24, 2006
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