Thursday, June 22, 2006

25.810.318 (ou Tempo Pretérito)

Moira voltou sua atenção totalmente para o aparelho de GPS. Ligava e desligava cabos, mexia no computador principal, martelava comandos no teclado e parecia estar em outro espaço e tempo, onde não podia escutar ou perceber a presença de nenhuma outra alma.

Depois de quase quatro horas, ela despertou do transe.


- Bruce, você ainda está aí?


O rapaz se aproximou da cadeira onde Moira, muito pálida, estava sentada. Ela olhava fixamente para o aparelho de GPS, sorrindo calmamente - embora suas mãos estivessem tremendo.


- E então? - Bruce perguntou.

- Ele queria ler a freqüencia? Acho que consegui!


Apontou o número que estava registrado na tela do computador principal: 25.810.318.


- Essa sopa de números significa alguma coisa? - Bruce pareceu confuso.


Moira apontou a sequência de números que apareciam na tela minúscula do GPS: 51.30°N 0.10°W - 25.810.323.


- Respectivamente a longitude e latitude de Londres, e o registro do tempo presente. O GPS vai ler sempre o tempo presente, e o computador teria que ler a onde eletromagnética que compõe o tempo pretérito. O passado. Mas isso não adianta nada.

- Você acabou de inventar um meio de encontrar buracos no tempo e diz que não adianta nada?

- Bom, eu posso achá-lo, mas como é que o Wilcox pretende atravsessar esse buraco? Isso eu não consigo matutar. Meu conhecimento pára aqui.

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