Wilcox tirou o pirulito da boca. Era vermelho e tinha formato de coração. O professor fazia um barulho irritante quando tentava chupá-lo, causando arrepios em Bruce.
- Pronto, é? – Wilcox perguntou, fora do ar.
- Pronto, está – Moira respondeu. – Mas não passa de uma caixinha bonita se não puder servir a seus propósitos.
Wilcox pareceu escandalizado. Deixou cair o pirulito, que foi imediatamente recolhido por Fahrenheit.
- Caixinha bonita coisa nenhuma. Estão olhando para um verdadeiro milagre da humanidade – e acrescentou, em tom severo. – Bruce, me arranje uma caixa de papelão.
- Tem uma atrás de você.
- Eu sei. Pegue-a para mim.
Wilcox vestiu um par de luvas de plástico enquanto Bruce contornava a sala para pegar a caixa. O professor insistiu que ele a forrasse com algo macio.
- Agora, Moira, faça o favor de desconecta-lo para mim. Isso mesmo, boa garota.
Com cuidado irritante, Wilcox tomou o aparelho de GPS nas mãos e, com delicadeza ainda maior, colocou-o dentro da caixa. Bruce tentou argumentar:
- Wilcox, o que diabos você pensa que está fazendo?
- Um pedaço do futuro. Não se intrometa, Bruce. É assim que as coisas devem acontecer, apenas aceite.
- O que me lembra, o restaurante...
- Que restaurante? Espere. Agora é um momento muito delicado.
Wilcox selou a caixa com fita adesiva. Depois, suspendeu-a e, sem palavra que explicasse, deixou Bruce e Moira a sós.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment