Thursday, June 22, 2006

Quando o professor mais uma vez ordena que Bruce não se intrometa na seqüência dos fatos

Wilcox tirou o pirulito da boca. Era vermelho e tinha formato de coração. O professor fazia um barulho irritante quando tentava chupá-lo, causando arrepios em Bruce.

- Pronto, é? – Wilcox perguntou, fora do ar.

- Pronto, está – Moira respondeu. – Mas não passa de uma caixinha bonita se não puder servir a seus propósitos.

Wilcox pareceu escandalizado. Deixou cair o pirulito, que foi imediatamente recolhido por Fahrenheit.

- Caixinha bonita coisa nenhuma. Estão olhando para um verdadeiro milagre da humanidade – e acrescentou, em tom severo. – Bruce, me arranje uma caixa de papelão.

- Tem uma atrás de você.

- Eu sei. Pegue-a para mim.

Wilcox vestiu um par de luvas de plástico enquanto Bruce contornava a sala para pegar a caixa. O professor insistiu que ele a forrasse com algo macio.

- Agora, Moira, faça o favor de desconecta-lo para mim. Isso mesmo, boa garota.

Com cuidado irritante, Wilcox tomou o aparelho de GPS nas mãos e, com delicadeza ainda maior, colocou-o dentro da caixa. Bruce tentou argumentar:

- Wilcox, o que diabos você pensa que está fazendo?

- Um pedaço do futuro. Não se intrometa, Bruce. É assim que as coisas devem acontecer, apenas aceite.

- O que me lembra, o restaurante...

- Que restaurante? Espere. Agora é um momento muito delicado.

Wilcox selou a caixa com fita adesiva. Depois, suspendeu-a e, sem palavra que explicasse, deixou Bruce e Moira a sós.

No comments: