Tuesday, October 02, 2007

Duophenia, parte II - Dos desígnios do futuro

- Ah, chega de conversa - Moira resmungou, agarrando o braço de Nicholas - Você vem conosco e fim de papo!


Nicholas não ofereceu resistência, pelo contrário - deixou-se arrastar pub afora como o mais doce dos carneiros de sacrifício. Stella e Peter ajudavam como podiam, mas era Moira quem fazia o maior esforço. Nisso tinha um pouco de Arthur Harris em si - a força quase sobrenatural que vinha quando se enfurecia.

O quarteto seguiu para a casa de Nicholas, na Red Lion Street. Em nenhum momento se considerou procurar Bruce pelas ruas. Era inútil - ele tinha fugido e a cidade era um quebra-cabeças; no entanto, ele sabia onde o pai morava. Em algum momento ele retornaria.

***

Stella se ocupou de Nicholas, enquanto Moira ficou com Peter em uma sala. O lugar estava lotado de mapas e livros - Bruce tinha puxado ao pai naquele aspecto.


- Então você veio do futuro - Moira começou a conversa, depois de se certificar que Stella não estava lhe ouvindo.

- Eu guardei todos os seus cadernos.

- O futuro é pior do que o presente?

- Prefiro não te dizer - Peter deu de ombros - A ignorância é uma bênção.

- Está bem. Só me diga como você reformou a máquina.

- Eu não reformei. Foi meu pai, quando ele começou a ficar maluco como esse tal Nicholas. Dizia que era preciso reencontrar um tal de Wilcox.

- Alphonsine Wilcox. Foi o homem que inventou a máquina.


Peter sorriu. Era bom finalmente ter descoberto a resposta para o enigma.


- Onde esse tal Wilcox se perdeu?

- Em algum lugar de um outro 2006. Gabriel Stuart o matou para usar a máquina.


Alguém bateu à porta. Moira e Peter se entreolharam.


- Se for a polícia, por favor fuja e fique viva - Peter sorriu, como se a cena fosse comum - Eu pretendo continuar existindo.

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