Friday, June 23, 2006

Das possíveis conseqüências de um cálculo errado

Moira bufou, voltando para dentro da casa.


- Perseguir como? Eu também não tenho carro.

- Você realmente ficou preocupada com o GPS.


Ela bufou novamente, pegando Fahrenheit pela coleira. Era incrível como o cachorro obedecia, enquanto ela andava de volta para a sala.


- Digamos que eu estou com medo do uso dessa máquina. Se amanhã a gente acordar numa república totalitarista por culpa de alguma armação do nosso chefe, eu não vou conseguir dormir.

- Provavelmente ele vai querer só ver a Marylin Monroe. Anda, Moira, a gente nem sabe o que ele vai fazer com isso...E nem sabemos se essa máquina funciona. Você mesmo disse, ele não tem como atravessar a tal de dobra no tempo! Eu trabalho com o professor há séculos, ele é perfeitamente inofensivo. Maluco, mas inofensivo.

- Pode ser. Mas eu não tive tempo de avisar do possível erro de cálculo... Então, se ele aprendeu a quebrar a barreira entre passado e presente, vamos ter que rezar para ele saber voltar pro nosso tempo!


Os dois sentaram um na frente do outro na sala atapetada. Fahrenheit agora mastigava o que tinha restado da caneta-tinteiro de Wilcox. Moira abraçou os joelhos, pensativa, os olhos parados no cachorro.


- E enquanto isso? O que é que a gente faz? Senta e espera ele retornar?

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