Edward Smith-Morris era um senhor educadíssimo e que adorava plantas, tanto que tinha uma loja de produtos para jardinagem na plácida cidade de Norwich, à leste da não tão plácida Londres. Casara-se em 1941 com Adelaide Jones, que freqüentava a mesma igreja que ele. Os dois tiveram uma filha, a quem chamaram de Stella, e que se casou em meados de 1978 com um professor de Matemática chamado Arthur Harris.
Como Stella e Arthur tinham morrido em um acidente de carro em 1983, Adelaide falecera em 1985 e os pais de Arthur nunca apareceram nem para dizer bom dia, então o único parente vivo de Moira era o senhor Smith-Morris, que telefonava todas as segundas e quintas à noite para a neta.
- Uma entrevista de emprego? Ora, isso é bom! E qual a vaga?
- Parece que precisam de alguém que entende de matemática e computação. O que vão fazer com isso no departamento de História de uma universidade, eu sei lá.
- Você vai descobrir. Pelo menos o salário é bom?
- Melhor que ficar consertando computadores, vovô.
- Você é quem sabe. Eu não entendo patavinas de computadores. E muito menos de matemática! Passou de dois dígitos, eu tenho que usar a calculadora. Eu só entendo de plantas. Já dá trabalho o suficiente. Falando nisso, não sei se lhe contei...
Moira encostou a cabeça na almofada e ficou ouvindo o avô discursar sobre seus problemas com gerânios e astromélias. Ele narrava como se fosse umapraga de pulgões fosse a invasão da Normandia - e ela adorava aquilo. Quem precisava de contos de fada para dormir?
Tuesday, May 30, 2006
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