Bruce respirou fundo. Olhou para Moira, que não tinha muita certeza do que ele estivera fazendo até então.
- Eu sou casado – Bruce disse, num tom funesto. Em seguida, deixou-se cair no sofá, a lista aberta sobre os joelhos.
- O quê? – Moira perguntou, depois de uma longa pausa.
- Eu sou casado. Há uma mulher vivendo comigo, e nós temos o mesmo sobrenome – Bruce olhou para a parede oposta, e assim permaneceu, como se hipnotizado. – Eu sou casado.
- Com aquela sua namorada?
Ele balançou negativamente a cabeça.
- Com quem?
- Eu não tenho a menor, a mais ínfima idéia. O nome dela...
Bruce interrompeu-se bruscamente. Moira viu seus olhos congelarem sobre as páginas da lista telefônica.
- O que foi? – ela temeu a resposta; não sabia se seria capaz de agüentar outro choque. – Bruce?
Bruce não demonstrava ser capaz de ouvi-la. Havia outro nome próximo ao seu, na lista, e aquele mesmo nome parecia prestes a saltar da página, determinado a açoitá-lo pela eternidade.
- Bruce?
Todas as letrinhas se desalinhavam e dançavam em torno da cabeça de Bruce, como a tirar sarro dele.
- O que foi? Fale comigo.
Ele fechou a lista de supetão, com tanto violência que Moira se arrepiou. Ficou em silêncio.
- Não é nada – Bruce disse, passado algum tempo. Colocou a lista sobre o sofá e se curvou, os cotovelos apoiados nos joelhos. – E agora? O que fazemos?
1 comment:
This is great info to know.
Post a Comment