Tuesday, August 15, 2006

Back from Paris

Bruce esperava do lado de fora, apoquentado. Deu por sorte que Wilcox não tivesse seguido Moira; caminhou até a garota.

- Então? – perguntou. Ficara à mercê do vento, o nariz avermelhado para comprovar.

- Então? Então o quê? – Moira deu de ombros. – Wilcox só está eufórico. Nada com o que se preocupar. Você sabe. Está mais acostumado do que eu.

- Ah, é? Veremos – Bruce respondeu, a expressão de quem não cultiva fé nenhuma na humanidade. – Amanhã – completou, aliviado.

O metrô estava cheio. Conseguiu, no vagão, um lugar para Moira. Ficou em pé, observando todas as cabecinhas desconhecidas que o cercavam.

- Não te ensinaram que é falta de educação encarar os outros? – Moira indagou, sorrindo.

- Nunca se sabe o que se pode encontrar. Talvez um garçom que se pareça com... – Bruce apertou os olhos, enxergando alguma coisa do outro lado do vagão. - Wilcox?

- Um garçom parecido Wilcox?

Bruce piscou.

- Oi? Não. Era Vincent Price. Você ouviu alguém chamar meu nome?

Moira pareceu desconfiada.

- Esqueça – Bruce balançou a cabeça.

Já era noite quando se viram ao ar livre mais uma vez. As ruas estavam apinhadas de pessoas que, como eles, voltavam de mais um dia de trabalho.

- Vamos precisar comer na cozinha mais uma vez?

- Não – Moira riu. – Hoje não é um dia de muito movimento.

- Vocês aí! Parem imediatamente! – alguém gritou.

Bruce olhou para trás. Viu Wilcox atropelar duas criancinhas, receber uma chuva de tabefes de uma mãe e se desculpar antes de chegar até os dois assistentes.

- Oh, Deus. De novo não.

- Bruce! Moira! Que bom ver vocês!

- Estava nos seguindo – Bruce acusou.

- Bem, de certa forma. Eu dei um pulo no metrô. Dei um pulo. Entenderam o trocadilho? Rá!... ah. Deixem para lá, deixem para lá. Vocês ainda não podem saber. Prosseguindo. Tentei achar uma oportunidade de conversarmos antes que vocês entrassem no restaurante – Wilcox pareceu ressentido. – Não acho que aquele italiano tenha simpatizado o bastante comigo para me deixar entrar lá mais uma vez – sem avisos, sacudiu um dos ombros de Bruce. – Era o que eu queria falar! Estive com os vocês de alguns dias atrás, no restaurante do italiano!

- Eu sei – Bruce se desvencilhou bruscamente. – Eu sei, professor. É o que eu estive dizendo a semana inteira.

- Não teria feito sentido, meu assistente limitado. O eu da semana passada não saberia, de qualquer jeito.

- Certo. O quê, o quê?

Wilcox gentilmente apertou as bochechas de Moira, como se estivesse lidando com uma garotinha.

- E você, Moira, meu benzinho. Graças a você, Bruce já sabe. Ele só precisa de um estímulo para se lembrar.

Bruce segurou Moira e a afastou de Wilcox. O professor não fez menção de seguir os dois. Parecia encantado em observar os transeuntes, como se eles pertencessem a um novo universo.

- Certo – Bruce começou, quando achou que Wilcox já não podia ouvi-los. – Do que ele está falando?

1 comment:

Anonymous said...

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