Antes que Moira retornasse, a campainha tocou. Bruce, contrariado, tentou ignorá-la, mas levantou-se para atender, infeliz, imaginando o que mais o destino havia reservado para aquela tarde. Só duas pessoas, além dele mesmo e de Moira, costumavam freqüentar a casa de Wilcox, sendo a primeira Mike, que não se contentava em tocar uma única vez; não, tinha a necessidade de compor uma sinfonia com a campainha.
A segunda visita era uma vizinha magricela, que se armava de um pedido de açúcar ou “uma xícarazinha com um pouco de pó de café, por favor” como pretexto para bisbilhotar a vida do professor.
Não se tratava, felizmente, de nenhum dos dois. Para a surpresa de Bruce, quem resolvera aparecer em um lugar tão inusitado não foi outra senão Rose.
- O que está fazendo aqui?
Rose perdeu o sorriso.
- Era uma surpresa. Está ocupado?
- Não, na verdade. Eu só...
Bruce tentava associar a visita ao que ocorrera no restaurante italiano. De alguma forma, todas as estranhezas do universo pareciam ser conseqüência daquele dia.
- O professor está aí?
- Não, só eu e a outra assistente. Entre.
Rose deixou o casaco no braço do sofá. Pareceu sem jeito diante de tanta bagunça.
- Não é o nosso melhor dia, como pode ver. Moira estava...
- Quem chegou? – Moira em pessoa apareceu, vinda da cozinha.
Rose olhou para ela, espantada. Então, seu sorriso se alargou.
- Você é a outra assistente?
Bruce fez a cortesia de apresentar as duas. Trancou a porta da casa, certificando-se, antes, de ninguém mais se aproximava.
Monday, June 26, 2006
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